Palavra de Autor #19 Filipa Leal: “Vê-se gente sem gente lá dentro”

Os poemas são feitos de bronze, ossos, barro, metal, plasticina, gelatina, nylon, espuma, espelho… Porque se ela puder um dia não escreverá um livro. Tal como uma mulher que há uns anos viu num quadro, sem nome, exposto no Museu do Prado, Filipa Leal não tira a máscara. Coloca-a para se esconder no lugar da arte. Quer sujar as mãos, “ainda que não suja as mãos quem suja o poema”. “Fósforos e Metal Sobre Imitação de ser Humano” (Assírio & Alvim, 2019) é um livro sedento de matéria, um livro que pode ser visto como uma exposição. Foi escrito por alguém que vê poesia em todos os materiais e se inquieta quando olha para gente sem gente lá dentro, “imitações de ser humano”. O seu livro anterior chama-se “Vem à Quinta-feira”. Fomos. Neste Palavra de Autor, Filipa Leal leu e conversou com Cristina Margato numa quinta-feira igual às outras; não fosse também o Dia Mundial da Poesia e o dia em que Filipa Leal lembrou a perda da mãe

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Podcast do Expresso sobre livros. De quinze em quinze dias, à quarta-feira, um novo episódio com um convidado do mundo das letras. Escritores, poetas, editores e tradutores são chamados a palco para ler e falar sobre novidades editoriais