19: Putin contra o mundo

Guten Morgen - Senso Incomum - A podcast by Senso Incomum

Guten Morgen, Brasilien! Continuando o tema de nosso último episódio, vamos entender a movimentação militar de Vladimir Putin - afinal, por que um presidente que já foi chefe da KGB - e, portanto, deveria representar a esquerda - tem tanto receio de Hillary Clinton, a candidata de esquerda na disputa pela Casa Branca, preferindo - e talvez interferindo nas eleições - pelo candidato republicano, Donald Trump? Para entender a mente de Vladimir Putin, e pelo menos conseguir captar algo de suas ambições, além de entender um pouco como a Rússia funciona, com conceitos, valores, princípios, ambições e métodos completamente alienígenas aos analistas e a mídia do Ocidente. O primeiro chefe da KGB a subir ao supremo poder na Rússia foi Yuri Andropov, que na União Soviética foi responsável por aprofundar a espionagem, a subversão e a desinformação no estrangeiro e também por reintroduzir na União Soviética o anti-semitismo, fora de moda desde o enfrentamento com o nazismo. Para tal, Andropov não apenas fez propaganda: armou milícias islâmicas, como os movimentos do "nacionalismo palestino" com o objetivo de assassinar judeus, minando o poder do grande aliado da América na região. A propaganda "anti-colonialista", que culpava a Europa e, sobretudo, a Inglaterra pelos males do Oriente Médio e da África, foi firmemente comprada pelos soviéticos, que espalharam tal visão de mundo para a esquerda mundial - inclusive para o Brasil, que trata tal interpretação da História como a única Verdade Revelada. Com ela, também veio o terrorismo islâmico, que por mera coincidência nunca atinge a Rússia: pela interpretação que aprendemos na escola, parece que a "interferência americana" no Oriente Médio, que era nula, deixou os muçulmanos revoltados, que então, um dia, do nada, pegaram em armas e saíram seqüestrando aviões e vestindo coletes suicidas para matar ocidentais. Neste episódio do Guten Morgen, você aprenderá uma visão da história que vai contra a doutrina estabelecida em nossas escolas, e vamos pinçar alguns fatos desconhecidos daquilo que nossas escolas nunca ensinaram: o que fazia a KGB? Como se iniciou o terrorismo islâmico? Por que fatos com conseqüências gigantes ainda hoje, como a Guerra do Afeganistão, ocorreram? Quem eram os atores envolvidos? Com isso conseguiremos voltar ao presente para olhar para alguém como o ex-chefe da KGB que tomou o poder de Boris Ieltsin, Vladimir Putin, com olhos muito mais claros. Ele e seu mentor, Aleksandr Dugin, têm uma visão de reestabelecimento da "Mãe Rússia" como principal potência mundial, plano que bate de frente com o projeto da candidata Democrata Hillary Clinton, com suas interferências regionais, dissolução de fronteiras nacionais e promoção de causas progressistas, naquilo que é chamado no Primeiro Mundo de "globalismo" (algo completamente avesso à globalização, como explicamos em nosso episódio sobre George Soros). Apesar de ambos serem firmemente contrários ao conservadorismo americano, com seu projeto de governo enxuto, de instituições locais e de valores tradicionais e religiosos como guia da sociedade, e não do Estado como dirigente, com o confronto de visões - e de histórico - entre o modelo geopolítico de Vladimir Putin e de Hillary Clinton poderemos entender por que Putin prefere, neste momento, um republicano na Casa Branca, e quais serão as conseqüências geopolíticas, em países como Ucrânia e Síria, no caso da eleição de cada um dos disputantes pelo cargo que já foi o mais poderoso do mundo. A produção é de Filipe Trielli e de David Mazzuca Neto, no estúdio Panela Produtora. Guten Morgen, Brasilien!