ANA BACALHAU
O Poema Ensina a Cair - A podcast by Raquel Marinho - Fridays

Categories:
Ana Bacalhau nasceu em 1978. Quando era criança, acalentava o sonho de vir a tornar-se professora de Português e Inglês, e fez formação superior nessa área. Tirou o curso de Línguas e Literaturas Modernas, na vertente de língua portuguesa e língua inglesa, além de uma pós-graduação em ciências documentais. Terá sido essa uma das portas para a profissão de arquivista, profissão que viria a abandonar para se dedicar profissionalmente à banda Deolinda. Mas a Deolinda, projeto que levou Ana Bacalhau ao grande público, está longe de ser a primeira experiência musical da nossa convidada. A música entrou-lhe pela vida adentro ainda na adolescência, primeiro através das vozes que escutava, onde se incluem Nina Simone ou Beatles, depois através das aulas de guitarra que pediu aos pais insistentemente, e que a ajudaram a descobrir a sua voz musical. Em 2001 estreia-se como vocalista numa banda chamada Lupanar, e em 2005 integrou um trio de jazz chamado Tricotismo. O projeto Deolinda nasceu em 2006. Em 2017 lançou um disco a solo a que, muito apropriadamente, chamou “Nome Próprio” e há poucos meses, em plena pandemia e também na sequência do isolamento a que todos nos vimos obrigados, lançou o álbum “Além da Curta Imaginação”. Um trabalho que, de certa forma, é também o resultado de um percurso de superação, refletido, por exemplo, na letra “Que me Interessa a Mim” de sua autoria. Disse numa entrevista: "Fui eu que escrevi a canção, tem um pouco um percurso que eu fiz de muita insegurança, muito escrutínio que os outros faziam sobre mim a pesar-me, e o caminho que eu fiz de libertação disso. Essa libertação absoluta do caminho que os outros querem traçar como meu, eu recuso em absoluto. Eu quero traçar o meu próprio caminho.” Gosta de ler, de cozinhar, da natureza, da empatia – a sua virtude preferida -, do ócio – a sua ocupação favorita -, e tem como ideais de felicidade coisas como dar um bom concerto, ver um bom concerto, ler um livro, ver um filme, dançar, passar horas a desfrutar da companhia da filha, família e amigos. Não tem heróis na ficção porque prefere anti-heróis, e será talvez por isso que o seu autor preferido em prosa Dostoievsky. Tem uma divisa preferida do escritor francês Andre Gide que diz: "É melhor sermos odiados pelo que somos, do que sermos amados pelo que não somos”.